JOSÉ PINA. CEO e Fundador do Grupo Future Healthcare

Nunca como em 2020 se discutiu tanto o impacto dos sistemas de saúde na economia e na vida das pessoas. Todas as atenções estão centradas na urgência das respostas dos sistemas públicos e privados no curto prazo, nas necessidades de mais recursos financeiros e assistenciais, na frieza dos números de contágios e mortes, e no debate político que domina os meios de comunicação e as redes sociais. Em plena crise pandémica, não é fácil pensar no futuro, em tendências e na evolução desses mesmos sistemas de saúde.

No entanto, assistimos a um impressionante acelerar de iniciativas, projetos e negócios que procuram dar resposta às limitações no acesso a cuidados de saúde por parte das populações. O risco acrescido nas deslocações a unidades de saúde, principalmente por parte de grupos de risco e idosos, acelerou o desenvolvimento de novas plataformas de vídeo-consulta e acompanhamento de doentes à distância.

Assim, mesmo com a atenção de todos focada no curto prazo, destacaria dois fatores que irão moldar a evolução futura dos sistemas de saúde:

Por um lado, a transformação digital da sociedade está a gerar novas expectativas dos cidadãos em relação aos serviços de saúde, sejam eles sistemas públicos, privados ou sociais. O acesso a serviços públicos, serviços bancários, de seguros, etc. é feito hoje por via digital e, em percentagem muito significativa, através de telemóvel.

Estima-se que mais de 60% das utilizações são feitas por essa via em detrimento de utilizações a partir de computador. Nesse sentido, o acesso a serviços de saúde tende a evoluir para uma experiência digital muito mais exigente. Adicionalmente, é de considerar ainda o efeito explosivo que tem tido a utilização de plataformas de vídeo para a comunicação pessoal e profissional em toda a sociedade. Este efeito de conforto dos utilizadores na utilização das mais recentes tecnologias de comunicação tais como o Zoom, o Teams, Whatsapp, etc. irá continuar a transformar o relacionamento entre paciente e sistemas de saúde.

Por outro lado, o desenvolvimento do Digital Health, considerado por muitos como algo futurístico, está já a dar provas em projetos muito inovadores e que seguramente irão contribuir para a transformação futura dos sistemas de saúde. Além da relação entre médico e paciente através de vídeo, atividades relacionadas com o bem-estar, a prevenção e o diagnóstico estão a assistir a uma mutação pela introdução de modelos de wearables, medical devices e inteligência artificial.

O Grupo Future Healthcare tem sede em Portugal e está presente em seis países da Europa e América Latina. Desenvolve soluções de tecnologia, operações e serviços para seguradoras e sistemas de saúde através de uma plataforma digital que interage com o cidadão, com o prestador de saúde e com o financiador ou seguradora. Desta forma, procura maximizar a eficiência deste ecossistema e com isso melhorar as condições de saúde dos seus clientes, capacitando e apoiando escolhas que potenciem o seu estado de saúde e bem-estar, com impacto real na qualidade de vida.