Com o despoletar da Pandemia do Coronavírus em 2020, a Telemedicina tem vindo a ganhar importância.

Poder ter uma consulta com o seu médico, através de meios tecnológicos, quer seja uma chamada telefónica, um email, uma aplicação ou uma videochamada, sem ter de se deslocar e permanecendo num ambiente seguro, é cada vez mais uma opção escolhida pelos utentes. Para além disto, em muitas situações pode apresentar vantagens para as equipas médicas e pacientes, ao propiciar maior flexibilidade e capacidade de resposta, especialmente em situações em que existem limitações à presença física.

A Telemedicina veio também permitir um acesso mais facilitado aos serviços médicos, principalmente entre as camadas da população com mais acesso a tecnologia, pois, independentemente da distância geográfica, podem ter acesso a uma consulta à distância, através de meios informáticos, garantindo que alguns cuidados de saúde e acompanhamento necessários sejam prestados.

Segundo o Serviço Nacional de Saúde (figura 1), as consultas de Telemedicina, em dezembro de 2020, tiveram um incremento de 216% (+5.188 teleconsultas), face ao mesmo período de 2019.

Figura 1 – Consultas em Telemedicina – Dados Mensais, dezembro 2020 vs dezembro 2019
(https://www.sns.gov.pt/monitorizacao-do-sns/consultas-em-telemedicina/)

De que forma é que a Telemedicina impacta os doentes e os prestadores de cuidados de saúde?

Sendo uma das vertentes na indústria da saúde com maior crescimento, a Telemedicina veio trazer resposta a uma série de desafios. Apesar de existirem limitações e em muitas situações não substituírem o contexto presencial, apresentam muitas vantagens:

Todos os utentes podem ter acesso a consultas, desde que tenham os meios para tal. Quer seja num meio rural, onde não existe tanta oferta de cuidados e profissionais de saúde, quer seja num meio urbano, onde o estilo de vida das pessoas limita a disponibilidade para poderem aceder aos cuidados de saúde de forma presencial.
A Telemedicina permite ainda que pacientes com doenças crónicas possam estar em contato permanente com o seu médico e/ou equipa clínica, comunicando em tempo real, informação médica essencial para o acompanhamento da sua doença.

A Telemedicina traz ainda vantagens relativamente a custos, quer para o utente, quer para as seguradoras e entidades patronais. Pode por exemplo limitar as visitas desnecessárias às urgências e consultas presenciais, em situações mais simples, como seja uma constipação, através de protocolos de triagem ou diagnóstico. Evita-se ainda a perda de tempo associada à deslocação e espera por uma consulta presencial, o que pode representar uma mais-valia, para o utente, mas também para as entidades patronais.

É expectável que as vantagens percebidas da Telemedicina conduzam à crescente adesão a este serviço por parte dos utentes, mesmo num contexto pós pandemia, quer seja no que diz respeito à partilha de sintomas e informação médica, quer seja através de um maior compromisso na comparência em consultas e exames marcados, impulsionado pela facilitação tecnológica.

Qual o futuro da Telemedicina?

Com o avançar da Telemedicina, existem cada vez mais pistas sobre o que será o futuro desta tecnologia.

A criação de hábitos é inerente ao ser humano. O acesso a alguns cuidados médicos de forma simples, rápida e segura, poderá passar a ser o novo normal, ao invés do sistema de consultas presencial, em que é necessária a deslocação ao hospital ou clínica. A Telemedicina tornou-se um serviço que faz parte da oferta de cuidados de saúde atual e que deverá estar cada vez mais presente no quotidiano.

A Telemedicina atual apresenta limitações, estando principalmente indicada no acompanhamento dos pacientes, particularmente na gestão de doença crónica, na gestão de medicação, na vigilância pós-operatória, na avaliação de exames complementares de diagnóstico e no esclarecimento de dúvidas. No entanto, o seu papel pode tornar-se cada vez mais abrangente, em áreas como a monitorização remota da situação clínica dos clientes ou como parte integrante de uma medicina de precisão, que visa adequar os cuidados de saúde às caraterísticas individuais de cada pessoa.

Com a Telemedicina, torna-se mais fácil envolver numa mesma consulta vários médicos especialistas, até em função das necessidades identificadas durante a mesma, podendo assim obter-se respostas mais imediatas.
A Telemedicina veio para ficar e deverá ser um serviço cada vez mais adotado pelas instituições médicas e seguradoras. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, estes serviços tiveram um crescimento exponencial nos últimos 5 anos e espera-se que, em 2025, valham mais do que 130 mil milhões de dólares (109 mil milhões de euros).

É importante que se promova a literacia dos utentes no que respeita às potencialidades, mas também quanto ao que deve ser esperado num contexto de Telemedicina, incluindo as limitações existentes e a necessidade de não subestimar a importância dos serviços de saúde em contexto presencial.

No âmbito da Digital Health, foi lançada a Future Healthcare Virtual Clinic, dando resposta a uma necessidade emergente de serviços de saúde através de vídeo-consulta.

A vídeo-consulta da Future Healthcare Virtual Clinic é prestada através de uma plataforma digital nativa. Trata-se de uma plataforma integrada na qual se realiza todo o processo, iniciado pelo agendamento da consulta por parte do cliente e terminando na vídeo-consulta.

Através da Future Healthcare Virtual Clinic, passou a ser possível aos clientes terem acesso a diversos especialistas da área médica, da psicologia, nutrição ou atividade física onde quer que se encontrem, de forma segura e conveniente.